4º Música no Termo

9 de Setembro a 14 de Outubro de 2023

“INQUIETUDES”

A celebrar MULHERES PORTUGUESAS cujo percurso de vida e obra ainda hoje nos tocam

INQUIETUDE, desassossego, alvoroço de quem não pode deixar de refletir sobre o presente, utilizando o passado como farol, rumo a um futuro de cuja construção não nos podemos demitir. INQUIETUDE.

Encontrando-nos em contagem descrescente para as celebrações dos 50 anos da Revolução de 25 de Abril de 1974, a 4ª edição MÚSICA NO TERMO celebra a MULHER. Não uma mulher qualquer: a MULHER PORTUGUESA. Celebramos mulheres cujo percurso de vida e obra fizeram a diferença, marcando-nos ainda hoje. Fazemo-lo porque não podemos esquecer, não queremos esquecer, que o PRINCÍPIO DA IGUALDADE plasmado na nossa atual Constituição é o corolário de um longo percurso de luta, feito também e predominantemente por mulheres. Convidamos o público a conhecer ou recordar algumas mulheres que tiveram a coragem de desafiar o status quo de forma mais ou menos disruptiva, deixando-nos um legado que nos deve inspirar na luta pelo respeito efetivo da igualdade de género. Nesta 4ª edição, o MÚSICA NO TERMO reforça também os laços com a tradição filarmónica. Pela primeira vez, contaremos com a presença de duas Bandas de Póvoa de Lanhoso, numa clara homenagem à única revolta feminina da nossa História: a REVOLTA DA MARIA DA FONTE. Mas não só. A nossa ambição de consolidar o TERMO NORTE da cidade de Lisboa, não apenas como um foco cultural de elevada qualidade, onde se promove o património arquitetónico e museológico, como também num motor de inclusão das suas gentes, levou-nos a convidar a Banda de Música da Charneca, sediada na Freguesia de Santa Clara, para se juntar à nossa programação, colaboração que pretendemos vir a prolongar-se no futuro.

Andar?! Não me custa nada!… Mas estes passos que dou Vão alongando uma estrada Que nem sequer começou.” Natália Correia, in Rio de Nuvens

“Eu vou ser livre na prática quotidiana de um sonho difícil.” Natália Correia, in Não Percas a Rosa

PROGRAMA

Hino da Maria da Fonte (Ângelo Frondoni) | Terras de Lanhoso (Ilídio Costa) | Terra Morena (Xavier Ribeiro) | Cantar a Terra (Diogo Costa) Terra do Ouro (António Novais)

A Banda Musical de Calvos conta já com 180 anos. Segundo o livro “Bandas de Música do concelho da Póvoa de Lanhoso – subsídios para a sua história”, do professor José Bento da Silva, a Banda de Calvos foi possivelmente “criada na primeira metade do século XIX, entre 1830 e 1850”, para o que se socorre de fontes documentais e registos perfeitamente datados desse período. Também conhecida no passado por “Banda de Nasce” e “Os Bravos” (pela sua persistência), formou gerações de músicos ao longo de décadas, sendo difícil encontrar uma casa onde não exista, ou tenha existido, um ou vários músicos. Após uma curta interrupção da atividade no período revolucionário do 25 de Abril (1974-1977), organizou-se, dando continuidade, em 1978, à formação de músicos, tradição quer perdura até hoje.


“Del rrey dom Joham parceira, dona Lyanor, herdeira natural e verdadeyra, rrainha de Portugal.” Diogo Vellho, in Cancioneiro Geral (Tomo III)

“Hoje, só há justificação para a existência de palco se se tentar alcançar um plano mais elevado da realidade.” Kurt Weill, 1936

© BNP - espólio do poeta António Osório

Galardoada com o 3º prémio no Concurso de Canto da Fundação Rotária Portuguesa, sob a orientação da Professora Elvira Ferreira, Leila Moreso prosseguiu os seus estudos no âmbito do Mestrado em Performance na Universidade de Aveiro na classe do Professor João Lourenço. Iniciou os seus estudos musicais em 1998 no Conservatório D. Dinis na classe de canto de Margarida Marecos e, posteriormente, no Conservatório Nacional de Música na classe de Larissa Savchenko. Em 2009 decide retomar os seus estudos musicais sob a orientação de Isabel Biú tendo integrado, em 2010, o Estúdio de Ópera do Teatro Nacional de São Carlos. Participou em diversas masterclasses, entre as quais as de Vianey da Cruz, Elisabete Matos, Tom Krause, Susan Waters, Christian Hiltz, Miguel Ortega, Patricia MacMahon, Ulrike Soontag e João Paulo Santos.?Das produções que participou destacam-se: Irene em Sampiero de Franscisco Xavier Migoni (TNSC), Annina em La Traviata de Giuseppe Verdi (TNSC), Giovanna em Rigolleto de Giuseppe Verdi (TNSC e Orquestra do Norte), Paquette em Candide de Bernstein (TNSC), Mércèdes em Carmen de Georges Bizet (Woodhouse – Londres); Sidônia e Melissa em Armida de Myslivecek e Dorabella em Così fan tutte de W. A. Mozart (Orquestra Metropolitana de Lisboa); Bridesmaid em Trial by Jury de Gilbert and Sullivan (Wexford Festival Opera).?Em concerto foi solista em Gloria e Magnificat de A.Vivaldi (CMDD) e Requiem de W.A. Mozart (Orquestra Clássica do Centro).?Atualmente, trabalha no Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Licenciou-se em 2007 em Geologia Aplicada e Ambiente pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

9 de Setembro de 2023, 17h AUDITÓRIO DA COMUNIDADE HINDU DE PORTUGAL (Telheiras)

concerto de abertura “INQUIETUDES E TRADIÇÃO”

Ode a Natália Correia, 100 anos do nascimento (1924-2024)

BANDA DE MÚSICA DE CALVOS (Póvoa de Lanhoso) | HENRIQUE TORRES direção musical

Longos são os caminhos da nossa tradição filarmónica. Caminhos responsáveis pela formação de inúmeras gerações de músicos que deram e continuam a dar cartas nas melhores orquestras nacionais e estrangeiras. Falamos de uma tradição que se consolidou no séc. XIX e que, desde então, foi abrilhantando as festas populares, quer nas procissões, quer nos inúmeros coretos que se encontram, num qualquer largo ou praça, um pouco por toda a parte. Mas a tradição foi, também ela, evoluindo, construindo a sua estrada. Aos momentos processionais foram-se associando sucessivamente momentos de elevada qualidade performativa. Os coretos foram dando passo às salas de concerto. Os antigos mestres de Banda foram sendo substituídos por maestros, as obras escritas assentes num pensamento mais erudito. Faz parte. É a estrada que se vai alongando, num percurso que, sentimos sempre, ainda mal começou.

Esse o sentimento que poderia resumir a vida de NATÁLIA CORREIA, se a passagem dos gigantes pudesse ser reduzida a sínteses. Natália, a mulher ou as muitas mulheres que nela viviam, desde filha de um arquipélago centrado no meio do Atântico (Açores), ninfa inspiradora das mais arrebatadas paixões; até escritora compulsiva e feroz, defensora convicta da condição de MULHER que um sistema totalitário insistia em anular, lutadora até à medula pela instauração da LIBERDADE. Natália a defensora inabalável de um conceito de “portugalidade”, da nossa identidade nacional.

Nada melhor do que a procura de algumas das INQUIETUDES que povoaram o espírito irreverente de Natália Correia, aliada à sua constante defesa das tradições mais genuínas, para dar o pontapé de saída da 4ª edição MÚSICA NO TERMO.

A 15 de maio de 1992, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso atribuiu-lhe a Medalha de Honra – Grau Ouro, momento em que a Banda comemorava os 150 anos da sua existência, efeméride evocada no dia 10 de junho. A forma de comemorar os seus 175 anos de existência foi a organização do 1º Encontro de Bandas Filarmónicas no Concelho da Póvoa de Lanhoso – “Bandas Destas Bandas”, no dia 10 de junho de 2017. Esta iniciativa acabou por se revelar mais um relevante passo na tradicional dinâmica inclusiva da banda, no desenvolvimento da sua função de responsabilidade social e orgulho dos calvenses. A Banda de Música de Calvos foi declarada Instituição de Utilidade Pública no ano 2000.

Henrique Torres é natural de Antas - Esposende, é músico dos quadros permanentes do Exército Português, ocupando o posto de primeiro-sargento, é mestrado pela Universidade do Minho em Ensino da Música, é professor de trompa e, desde 2012, é diretor pedagógico da escola de música da Banda de Antas – Esposende. Em janeiro de 2021 assumiu a direção artística da Banda Musical de Calvos.

22 de Setembro de 2023, 18h Sala das Extrações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

ACESSIBILIDADE: Concerto traduzido em LGP (Língua Gestual Portuguesa)

“LEONOR DE PORTUGAL” fundadora das Misericórdias

PATRYCJA GABREL (soprano) ⎮ YOLA PINTO (movimento) HELENA RAPOSO (teorba e guitarra barrocas) ⎮ ANA CASTANHITO (harpa)

No segundo concerto desta 4ª edição MÚSICA NO TERMO, integralmente votado à evocação de algumas das mais marcantes mulheres que integram a riquíssima galeria de personalidades femininas que percorrem os longos corredores da nossa História, centraremos a nossa atenção na Rainha Dona Leonor de Portugal (1458-1525). Falamos de uma rainha consorte que redimensionou de forma marcante o seu papel num tempo em que pouco mais se esperava dela para além de garantir a sucessão dinástica. Efetivamente, a esposa do nosso Rei D. João II foi uma empenhada protetora das artes nas suas mais variadas formas, desde a encomenda de pinturas ou incunábulos literários até às obras dramatúrgicas de criadores tão importantes da nossa História, como Gil Vicente. Mas não só. Leonor de Portugal criou a Misericórdia de Lisboa, inaugurando, desta forma, um caminho de consciência social e assistencial fundamental no nosso país, contando já com 525 anos.

PROGRAMA

MULHER - ESPANTO INICIAL DA CRIAÇÃO | Che si può fare? | Barbara Strozzi (1619-1677)

MULHER - INOCÊNCIA | Se l’aura spira | Girolamo Frescobaldi (1583-1643)

MULHER - PRENÚNCIO DA CRUELDADE | Improviso

MULHER - OLHOS QUE CHORAM | Lumi, potente piangere | Giovanni Legrenzi (1626-1690)

MULHER - OLHOS QUE SEDUZEM | Ojos, pues me desdeñais | José Marín (1618-1699)

MULHER - MÃE QUE SOFRE | Hor ch’è tempo di dormire | (Canzonetta Spirituale sopra alla nana) | Tarquino Merula (1596-1665)

MULHER - FELICIDADE | Amante Felice | Giovanni Stefani (?-1626)

“Chamaram-lhe Mulher” é um programa que une quatro mulheres artistas num espetáculo musical com movimento e dramaturgia que acompanha uma viagem emocional ao feminino. A música do séc. XVII fornece a base artística para este périplo emocional. Falamos do tempo em que se registaram algumas das mudanças técnicas e estéticas mais significativas da História da Música, elevando-a a um nível expressivo sem precedentes, com uma proximidade à Palavra e às emoções que dela emanam até então desconhecida.

Sinopse

Tudo começa com a perplexidade que impulsiona a criação (“Che si può fare?”). Neste gesto inicial de inspiração, literal e poética, por um lado, e busca da palavra, símbolo do sopro da criação, por outro, encontramos Bárbara Strozzi (1619-1677), prolífera compositora e reconhecida criadora da Veneza do seu tempo. Com ela contactamos com o modelo de relação entre feminino e masculino presente na arte ocidental seiscentista: os homens dominavam e julgavam-se detentores do dom artístico, no entanto, concomitantemente com a sua arrogante pretensão, foram eles próprios que deram condições a Strozzi para florescer como artista, nomeadamente, o seu pai, que fundou a Accademia onde Barbara atuava, sem esquecer o público maioritariamente masculino que a admirava. O aparente paradoxo é aqui assumido de forma plena: presta-se homenagem à Mulher, interpretando composições predominantemente escritas por homens. Desta forma, o caminho pelas sendas do feminino prossegue com Girolamo Frescobaldi (1583-1643), com uma obra que remete, de alguma forma, para a inocência e a alegria primordial, e o seu reflexo na natureza. O vocalizo improvisatório de Patrycja Gabrel que lhe sucede é um prenúncio do encontro com a crueldade, bem como um prelúdio da tristeza e desilusão que dominam a obra de Giovanni Legrenzi (1626-1690), “Olhos, podeis chorar…”. Um olhar diferente, com outras intenções, de índole sedutora e desdenhosa, é o que encontramos logo de seguida na peça de José Marín (1618-1699). Com Tarquino Merula (1595-1665) tomamos contacto com uma ambiência distinta, onde se partilha a intimidade do momento em que Maria embala o menino Jesus, momento entrecortado pelas visões terríficas do futuro cruel que Lhe é reservado, onde, para além d’Ele, os protagonistas serão homens. Trata-se de um momento de ambivalência emocional, onde ao pavor se sobrepõe o conforto da convicção de um reencontro nos vales da Bem-aventurança. A viagem pelo feminino conclui com a canção “Amante Felice”, de Giovanni Stefani (?-1626), invocando a felicidade contida no processo de criação artística, enquanto fenómeno necessariamente assente no amor que impele a partilha dos afetos, que deram origem ao objeto criado, com a sociedade.


7 de Outubro de 2023, 17h

Biblioteca Espaço Cultural Cinema Europa (Campo de Ourique)

“ANA DE CASTRO OSÓRIO” Ode à Igualdade

Canções de KURT WEILL (1900-1950)

LEILA MORESO meio soprano | CHRISTIAN LUJÁN barítono | JOÃO PAULO SANTOS piano

A 4ª edição MÚSICA NO TERMO continua a fazer história a partir da nossa História comum. Depois de se apresentar pela 1ª vez na magnífica Sala das Extrações da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e de poder contar, também pela 1ª vez, com tradução em Língua Gestual Portuguesa, MÚSICA NO TERMO chega agora a Campo de Ourique. Bem perto do icónico Jardim Teófilo Braga ou, como também é conhecido, Jardim da Parada, local que, para além da simbologia e importância histórica do nome, alberga a única estátua da MARIA DA FONTE que existe em Lisboa, e uma das mais emblemáticas a nível nacional, encontramos a Biblioteca do antigo Cinema Europa. Numa edição, que se assume como antecâmara da opereta MARIA DA FONTE, de Augusto Machado, que o LABORATÓRIO DE ÓPERA PORTUGUESA se encontra a recuperar e cuja estreia moderna ocorrerá no próximo dia 12 de Novembro, no Grande Auditório do CCB, edição esta integralmente centrada na evocação de mulheres da nossa História cujo percurso de vida e obra de alguma forma ainda nos toca, não poderíamos deixar de prestar aqui homenagem a um dos nomes mais marcantes da luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres do século XX. Ana de Castro Osório, contemporânea de Teófilo Braga. Muito embora o seu nome tenha caído injustamente na sombra da galeria de personalidades ilustres da 1ª República (galeria eminentemente masculina), Castro Osório foi uma pioneira do feminismo em Portugal, da causa republicana, ativista social, jornalista, escritora, política, professora. Recordemo-la então.

PROGRAMA

DIE DREIGROSCHENOPER (Bertolt Brecht): Zuhälterballade | DER SILBERSEE (Georg Kaiser): Ich bin eine arme Verwandte | BERLINER REQUIEM (Bertold Brecht): Zu Potsdam unter den Eichen Complainte de la Seine (Maurice Magre) | HAPPY END (Bertolt Brecht): Surabaya-Johnny | FOUR WALT WHITMAN SONGS: Beat! Beat! Drums! Je ne t’aime pas (Maurice Magre) | STREET SCENE (Langston Hughes): Lonely house | AUFSTIEG UND FALL DER STADT MAHAGONNY (Bertold Brecht): Denn wie man sich bettet so liegt man | JOHNNY JOHNSON (Paul Green): Mon ami, My Friend | STREET SCENE (Langston Hughes): Moon-faced, Starry-Eyed | ONE TOUCH OF VENUS (Ogden Nash): The Trouble with women | DIE PETROLEUM INSEL (Lion Feuchtwanger): Lied von den braunen Inseln | LADY IN THE DARK (Ira Gershwin): One live to live | FIREBRAND OF FLORENCE (Ira Gershwin): A rhyme for Angela | DIE DREIGROSCHENOPER (Bertold Brecht): Wovon lebt der Mensch

“A música de Kurt Weill tem esse efeito: o poder de atribuir a nota certa à palavra certa, no momento certo, e mexer com algo dentro de nós que nos faz olhar para a nossa própria existência e condição neste mundo.” Ricardo Panela. As palavras certeiras de Panela abrem-nos as portas do universo de um compositor que testemunhou na 1ª pessoa os horrores da Grande Guerra e da 2ª Guerra Mundial. Talvez a junção da nacionalidade germânica à religião judaica esteja na base de uma personalidade fortemente comprometida com preocupações de justiça social, de Igualdade e respeito pela diferença. Tendo nascido em Dessau, Weill evita a repressão e perseguição nazis em Paris, onde fixa residência a partir de 1933, e onde continua a sua produção plena de obras dramáticas e canções de intervenção que transparecem uma certa ambiência decadente do período entre guerras. Em 1935 fixa-se definitivamente nos EUA, seguindo o percurso de tantos judeus daquele tempo. Que melhor programa para nos aproximar de Ana de Castro Osório do que as canções de Kurt Weill, cujo gigantismo lhe permitiu transitar do erudito ao popular, do teatro berlinense ao musical nova-iorquino, reconhecendo apenas uma diferença: entre a música boa e a ruim?

Christian Luján iniciou os seus estudos no Instituto das Belas Artes de Medellín, Colombia. Frequenta o Curso de musicologia na FSCH e o de canto no Conservatório Nacional onde estudou com Manuela de Sá. Prosseguiu os seus estudos no Flanders Opera Studio, na Bélgica, sob a direção de Ronny Lawers e na International Opera Academy sob a direção de Guy Joosten. Tem representado: Albert, Werther/ Jules Massenet (Teatro Verdi di Trieste); Lorenzo, I Capuleti E I Montecchi, Bellini (TNSC), Leporello , D. Giovanni/W.A.mozart (Alden Biesen Zomeropera 2014); Guglielmo, Così fan tutte/W.A.Mozart (Teatro São Luiz); Dottor Grenvil, La Traviata/G.Verdi (Brussels Philharmonic); Le Geôlier, Les Dialogues des Carmélites, F.Poulenc (TNSC); Varsonofjev, Khovansjtsjina/M. Moesorgski (Vlaamse Opera); Charles Edward, Candide/ L.Bernstein (TNSC); Papageno, Die Zauberflöte; K. Mauricio, A Morte do Palhaço/Mário Branco e João Brites (Teatro São João); Pinellino, Gianni Schicchi/G.Puccini (TNSC), Father, Romy Schneider Opera/Joris Blanckaert; Lodovico e Montano, Otello/G.Verdi (Vlaamse Opera); Rabbit and Prince in Assepoesters Droom (Vlaamse Opera) ; Vermummte Herr and Otto, Frühlings Erwachen (Flagey e Vlaamse Opera) e Publio La Clemenza di Tito/ W.A. Mozart (CCB); Colas (Bastien und Bastienne); Junius Brutus The Rape of Lucretia (TNSC-Teatro Nacional São João) entre outros.

João Paulo Santos concluiu o curso de piano do Conservatório Nacional de Lisboa, na classe de Adriano Jordão.
De 1979 a 1984, estudou em Paris com Aldo Ciccolini, inicialmente como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Ainda em Paris, foi convidado pela direcção do Teatro Nacional de São Carlos para, a partir da temporada de 1984/85, desempenhar as funções de Maestro Assistente deste Teatro. Desde a temporada de 1990/91, desempenha o cargo de Maestro Director Titular do Coro do Teatro de São Carlos. Paralelamente, desenvolve uma importante actividade como pianista, tendo colaborado com quase todos os cantores portugueses. Iniciou a sua actividade como maestro em Julho de 1990, dirigindo a ópera de William Walton, “The Bear”, para a RTP, no Teatro da Cornucópia, com encenação de Luís Miguel Cintra. Dirigiu ainda, em 1994, as óperas “Cânticos para a Remissão da Fome” de António Chagas Rosa e “Let’s make an opera” de Britten. Dirigiu também a estreia mundial da ópera “Édipo”, a “Tragédia do Saber” de António Pinho Vargas, na Culturgest. Prossegue uma carreira dinâmica na direcção musical, tendo dirigido no Teatro Nacional de São Carlos a primeira apresentação em Portugal da obra “Renard” de Stravinsky, a estreia mundial da ópera “Os Dias Levantados” de António Pinho Vargas, um programa inteiramente preenchido com música do século XX (Schnittke, Pousseur e Corghi) e ainda “Les Noces” de Stravinsky. No Teatro Nacional D. Maria II, dirigiu “Sweeney Todd” de Stephen Sondheim. Gravou vários discos, nomeadamente com obras de Erik Satie e Luís de Freitas Branco (EMI classics). Apresenta-se frequentemente em recital, como pianista acompanhador.